Alberto Mussa e a tradução

Autor
Comellas, P.
Membres autors
Any
2017
Lloc
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, núm. 50, p. 187-195.

A tradução – falsa ou autêntica – tem um papel importante na obra de Alberto Mussa. As presumíveis fontes dos seus romances incluem línguas como o árabe, o tupi, o francês ou o alemão, e o próprio autor ensaia também a tradução, num exercício que revela uma ideia muito borgeana da tradução: em literatura não há origem, só há reescrituras. A tradução na obra de Mussa é usada como pretexto, como recurso estético e narrativo, e também como evidência de uma concepção da linguagem humana como jogo e como fim em si mesmo. Para Mussa, como para Borges, traduzir não é repetir, mas recriar, e o tradutor, quer queira quer não, estácondenado a ser poeta, visto que “as palavras não são nem sequer sinônimas de si mesmas”.